segunda-feira, 17 de junho de 2013

SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM DESENVOLVIDAS PELO GRUPO

Situação de Aprendizagem

Curso de Formação à Distância de Professores e Gestores = Melhor Gestão, Melhor Ensino.

Turma 448 de Língua Portuguesa, Grupo 7 - Tutora Patrícia Fernanda Morande

- Público-alvo: alunos dos 9os anos
- Tempo de duração : 8 a 10 aulas


Texto narrativo: MEU PRIMEIRO BEIJO
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD,

Objetivos

            - Levar o aluno a refletir sobre a importância do beijo envolvendo sentimentos.
            - Fazer com que o aluno pense sobre a banalização do beijo, o qual é mais levado para lado físico que amoroso.
            - Estudo do gênero do texto e suas características.
-Interpretação do texto.
            - Resgatar histórias de amor dos pais ou familiares.
- Escrita de relatos.
- Produção de um livro de relatos de amor.
- Estabelecer interdisciplinaridade com a disciplina de Ciências.
            - Conhecer o significado do beijo em diferentes culturas.

Antes da Leitura:


·        Leitura do título do texto

Questionamentos:

- O que você acha que vai “rolar” no decorrer da leitura ?
- Pelo título do texto, você espera que virão fortes emoções ? Por quê ?
- Que tipos de beijo você conhece (amoroso, fraterno, materno, paterno, religioso, etc.) ?
- Alguém gostaria de contar um fato inusitado que ocorreu no momento do primeiro beijo ?
- Vocês já leram algum livro ou texto sobre o beijo ?   Já ouviram alguma música que foca o tema ?  Já assistiram a algum filme que colocou o beijo como tema principal ?

         - Apresentação frases sobre o beijo:

“O beijo é um segredo que se diz na boca e não no ouvido.”
“O beijo é a menor distância entre dois apaixonados.”
“O beijo é o toque de duas bocas que se calam para ouvir a voz do coração.”
“O beijo é o truque agradável que a natureza criou para interromper a conversa quando as palavras se tornam supérfluas.”
“O beijo mais gostoso e aquele que foi trocado mil vezes com os olhos antes de chegar a boca.”
“O beijo é uma estrofe que duas bocas rimam.” (Coelho Neto)

    -Apresentação de imagens do beijo:

















Discussão oral:

            - Qual das frases sobre o beijo chamou mais a sua atenção? Justifique.

            - Qual das imagens de beijo você achou mais:
                        - Bela?
                        - Doce?
                        - Estranha?
                        - Fria?
                        - Apaixonada?

            * Justifique Suas Escolhas

            - Com qual das imagens você mais se identificou? Por quê?


Durante a Leitura:


            Leitura do seguinte trecho do texto:

- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...

            Após a leitura deste trecho, perguntar a eles:

            - O trecho lido desperta em você a vontade de beijar? Por quê?
            - Então por que as pessoas se beijam tanto?
           
         Leitura compartilhada do texto todo

            Uso do dicionário para esclarecer o sentido de palavras desconhecidas.
Anotar palavras relacionadas à disciplina de Ciências para receber um melhor esclarecimento de seus respectivos significados da professora dessa área.

Depois da Leitura:


Leitura e análise do texto narrativo

1.O texto que você leu faz parte da obra Balada do primeiro amor, de Antonio Barreto. Nele, a protagonista é uma adolescente, Larissa, que no trecho lido conta um momento importante de sua vida. a) Que momento é esse?
b) Quando e onde aconteceu?
c) Com quem ela viveu essa experiência?
d) Qual o foco da narrativa: primeira ou terceira pessoa? Justifique com trechos do texto.
e) Qual o efeito causado por essa escolha do foco de vista?

2. Releia o texto e procure pistas que o ajudem a responder as questões abaixo.a) O que faz o menino ser chamado de “Cultura Inútil” e “Culta”? Justifique sua resposta.
b) Quanto tempo se passou entre o recebimento do bilhete e o primeiro beijo? Justifique.

3.Como você pode constatar, no primeiro parágrafo, a narradora muda de opinião a respeito da experiência do primeiro beijo.a) Qual é o primeiro julgamento que ela faz? Retire do texto um trecho que ilustre sua resposta.
b) E o segundo julgamento? Ilustre também com um trecho do texto.

4. Aponte mudanças que ocorreram com a narradora-personagem em relação ao menino.
5. Que estratégia o menino usou para que a menina mudasse seu comportamento em relação a ele?
6. Releia “(...) tínhamos transposto, juntos, o abismo do primeiro beijo.” A expressão em negrito contém uma figura de linguagem.a) Que figura é essa?
b) A que se refere essa figura?

7. O que o trecho “(...) as contas do telefone aumentaram, depois diminuíram...” quer dizer?
8. Que opção melhor retrata o tratamento dado ao sentimento amor no texto?a) O amor infinito, disposto a enfrentar qualquer barreira.
b) O amor como sentimento não correspondido, vivido e sofrido por apenas um ser.
c) O amor como descoberta feita por dois seres, que vão tirando lições das histórias vividas.
d) O amor idealizado, perfeito, fruto de uma paixão ardente que nunca se acaba
.

9. No texto, não fica claro qual o desfecho da narrativa. A seu ver, como terminou essa história?

PESQUISA INDIVIDUAL
- Pesquisar sobre a vida e obra do autor do texto.
-Pesquisar em textos de opinião e informativos como a mídia, a sociedade e a família abordam o tema “beijo”.
- Pesquisar a letra da música “Beija eu” e estabelecer um paralelo entre o texto e a canção, destacando semelhanças e diferenças.
- Pesquisar como diferentes culturas (hindu, judaica, islâmica, entre outas) abordam o ato de beijar.

Produção Oral
- Seminário apresentando as pesquisas realizadas sobre o beijo em diferentes culturas, expondo as curiosidades encontradas e a opinião dos alunos.


Produção Escrita:


         Conversar com os pais ou familiares e pedir que os mesmos relatem a história de amor vivida por eles, desde o surgimento do sentimento amoroso, passando pelo primeiro beijo, até os dias de hoje.
         Transcrever o relato, criando uma história narrativa baseada nos fatos ouvidos com enfoque principal para o primeiro beijo.
         Leitura das produções para a sala.
         Após as histórias serem revisadas pelo professor, fazer uma coletânea utilizando as mesmas, ilustrá-las e encaderná-las para a apreciação de toda a sala.

****************************************************************************

Situação de Aprendizagem

Curso de Formação à Distância de Professores e Gestores = Melhor Gestão, Melhor Ensino.

Turma 448 de Língua Portuguesa, Grupo 7 - Tutora Patrícia Fernanda Morande
Texto: Avestruz (Mário Prata)

 Público alvo: 5ª Série (6º Ano)

Tempo Previsto: 04 aulas

Antes da Leitura:


Conhecimentos prévios.

•               Vocês conhecem um Avestruz?
•                Qual a sua espécie?
•                Sabem o tamanho dessa ave?
•                Sabem como elas nascem?
•                Do que elas se alimentam?
•               Vocês sabem se podemos domesticar o avestruz?
•               Essa ave é brava ou mansa?
•                Vocês sabem quem é Mário Prata?
•                Biografia do autor:

Leitura de imagens:







Autor do texto:

                                                                    O AVESTRUZ


O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

Durante a Leitura



Obs.: Os alunos deverão ser divididos em duplas, sendo que um deverá auxiliar o outro na leitura sublinhando as palavras desconhecidas.

Atividades

1.     Interpretação do texto.
a)    Uso do dicionário.
b)    Identifique as palavras chave do texto.
c)    Qual a ideia principal do texto?


Depois da Leitura


Identifique os elementos da narrativa:


•             Tempo;
•             Espaço;
•             Personagens;
•             Narrador (1ª ou 3ª pessoa);
•             Enredo.
   
Produção de texto.

Confecção de um livro.

Sabe-se que, num texto, todas as partes são solidárias, isto é, o significado de uma interfere no das outras. Se isso é verdade, quando um texto é bem construído, não se podem trocar suas partes sem que se altere o texto todo.
Suponha então a hipótese de que o texto de Mário Prata, no primeiro parágrafo, começasse assim:
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, um/a _________. Cismou, fazer o quê? Moram em um/a _______, _________.               E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha.
Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em ________, que o menino conheceu os/as ________.


Conforme você pôde notar, não é mais possível manter o texto como está.                É preciso haver várias alterações para que o resto do texto acompanhe a modificação que se fez no primeiro parágrafo. Continue a história do modo como você quiser, respeitando uma única regra: que a sua história não entre em contradição com os dados colocados no novo parágrafo.

Situação de escrita

•             Cada aluno participará da confecção do livro de acordo com suas habilidades.
•             Alunos com dificuldade de escrita: ajudarão o grupo a criar o enredo       (oralmente), fazer a ilustração e pintar.
•             Alunos com facilidade: redigirão o texto, farão a releitura  e reescrita, capa com   nomes dos autores e ilustradores e sinopse.


Obs.: é de suma importância o professor (a) fazer a devolutiva ao aluno.

************************************************************************************************************

Situação de Aprendizagem

Curso de Formação à Distância de Professores e Gestores = Melhor Gestão, Melhor Ensino.

Turma 448 de Língua Portuguesa, Grupo 7 - Tutora Patrícia Fernanda Morande



Situação de aprendizagem –No Aeroporto
Público-alvo = 5ª série (6º ano)



Duração 5 a 6 aulas   
                                   No Aeroporto

Carlos Drummond de Andrade

Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. E o seu sistema.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou importuno. Suas horas de sono - e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia - eram respeitadas como ritos sagrados, a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém nós mesmos é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos. Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da tevê. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.
Objetos que visse em nossa mão, requisitava-os. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis - porque me esquecia de dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada, sobre a razão íntima de seus atos.
Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade - e, até, que a nossa amizade lhes conferia caráter necessário de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.

Antes da Leitura:


- Apresentação da Música: Encontros e Despedidas (Milton Nascimento) para sensibilização da turma.

Encontros e Despedidas

Milton Nascimento

Mande notícias
Do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar
Tô chegando...
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero...
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega prá ficar
Tem gente que vai
Prá nunca mais...
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai, quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir...
São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem
Da partida...
A hora do encontro
É também, despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida...
Lá lá Lá Lá Lá...
A hora do encontro
É também, despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar

É a vida...

- Relato das impressões que a sala teve ao ouvir a canção.

- Apresentação das imagens de sorrisos e de olhos azuis para que os alunos possam criar expectativas do que irão ler no texto:










Ativação de conhecimento de mundo; antecipação ou predição; checagem de hipóteses:

- Perguntar aos alunos se conhecem o autor da obra;

- Levantamento de hipóteses a partir do autor e título do texto(o que a palavra aeroporto significa para vocês? Já foram a um? Conhecem algo sobre este espaço?)



Durante a Leitura


Leitura do texto e checagem das hipóteses – esta leitura será feita de forma fragmentada (parágrafo)


Localização de informações; comparação de informações; generalizações:


Depois da leitura dos dois primeiro parágrafos, verificar com os alunos  se é uma narrativa (espera-se que eles percebam os elementos da narrativa);

O tempo verbal predominante na crônica;

Levantamento das palavras que não são usuais para eles;

Quais palavras são próprias do campo semântico aeroporto;

 Por que há repetição do nome Pedro?

Produção de inferência local, produção de inferência global:


-   Quem é o protagonista?
- É possível perceber uma contradição nas expressões “muito assunto” e “embora parco de palavras”? Por que há essa contradição?
- Por que faltam dentes ao protagonista? Por que punha tudo na boca? E incontinência urinária é própria de qual idade?

Elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas; elaboração de apreciações relativos aos valores éticos e/ou morais:

-  O que acharam da obra? Da linguagem utilizada?

Depois da Leitura

Afinal, quem é Pedro ?
Confirmar ou refutar hipóteses levantadas antes e durante a leitura
Esclarecer aos alunos quem, na verdade, é Pedro (NETO de Carlos Drummond de Andrade)

Produção Escrita


Escolher uma das imagens apresentadas na etapa “Antes da Leitura” para produção de uma crônica, seguindo os moldes do texto estudado, no qual o aluno deverá apresentar pistas para que os leitores possam tentar imaginar de qual das imagens o texto está falando.
Leitura dos textos produzidos para ver quais alunos da sala conseguirão descobrir a imagem correta, a qual serviu de base para a produção de seu respectivo texto.


************************************************************************************************************

Situação de Aprendizagem

Curso de Formação à Distância de Professores e Gestores = Melhor Gestão, Melhor Ensino.

Turma 448 de Língua Portuguesa, Grupo 7 - Tutora Patrícia Fernanda Morande
Situação de Aprendizagem-
Texto: Pausa (Moacyr Scliar)

Duração: 5 a 6 aulas

Observação: Entregar apenas a 1ª folha do texto

Pausa

Moacyr Scliar

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,bocejando:

— Vais sair de novo, Samuel?

Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.

— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.

— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente

Ela olhou os sanduíches:

— Por que não vens almoçar?

— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.

A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga. Samuel pegou o chapéu:

— Volto de noite.

As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras. Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.

Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:

- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...

- Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.

- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu a chave.

Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-no com curiosidade:

- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.
.........................................................................................................................................................
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na mesinha de cabeceira.

Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.

Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.

Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguido por um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-lo com a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente: ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.

- Já vai, seu Isidoro?

- Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.

- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.

- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.

- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo.

Samuel saiu.

Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa.

Antes da Leitura

Levantamento de conhecimentos prévios ( Sondagem)

Apresentar o título do texto aos alunos

  - Perguntar o que os alunos pensam que poderá ser falado num texto com esse título.
-Perguntar aos alunos em quais momentos da vida eles sentem necessidade de dar uma Pausa e pedir que justifiquem os motivos dessa necessidade.

Durante a Leitura


Apresentar apenas a primeira folha do texto

- Pela leitura do primeiro parágrafo, perguntar sobre o narrador, se ele é personagem ou apenas observador;

Em seguida, fazer a leitura compartilhada da primeira folha do texto e propor as seguintes atividades:

a)     Após a leitura do diálogo entre marido e mulher, inferir sobre as características dos personagens e da relação deles: o que está acontecendo? Quem está falando com quem? Do que essas pessoas estão falando?

b)      A partir do momento em que o personagem entra no hotel, se identificando com outro nome, o que vocês pensam que aconteceu?

c)A partir de então, pedir para eles continuarem a história, elaborando um possível desfecho;

d)      Pedir para que os alunos que apresentam mais dificuldades façam duplas com os alunos que apresentam menos dificuldades, para que haja a interação no processo de escrita;

e)      O professor deverá recolher e  ler os desfechos dos alunos, fazendo os  apontamentos necessários, os quais os ajudarão a desenvolver as habilidades de leitura e escrita;

f)        Devolver os desfechos lidos para os alunos e fazer as intervenções necessárias quanto a progressão temática;

g)      Ler algumas das redações produzidas,  para a apreciação de toda a classe;

h)  Apresentar as imagens que sugerem “Pausa” e pedir que os alunos registrem com qual delas  eles mais se identificam e qual delas ilustra melhor o texto.







i) Apresentar o desfecho original e levantar disparidades, estabelecendo uma análise das  semelhanças e diferenças em relação aos textos produzidos por eles.

Depois da Leitura


        Após a leitura, o professor deverá organizar uma dramatização, convidando e estimulando os alunos para que se proponham a participar, principalmente os que apresentam maiores dificuldades na escrita. Dessa forma, os mesmos se sentirão motivados a apresentar suas habilidades orais, gestuais e corporais.

Intertextualidade


Para trabalhar a intertextualidade temática, o professor deve levar as músicas: “Pare o mundo que eu quero descer”, de Raul Seixas e “Cotidiano”, de Chico Buarque e mediar uma análise paralela à crônica.
Após a análise oral, os alunos deverão produzir um quadro organizativo estabelecendo semelhanças e diferenças entre o texto "Pausa" e as canções.


Pare o Mundo Que Eu Quero Descer

Raul Seixas

Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais escovar
Os dentes com a boca cheia de fumaça
Você acha graça porque se esquece que
Nasceu numa época cheia de conflito entre raças
Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais tirar fotografias
Pra arrumar meus documentos
É carteira disso, daquilo que ja até
Amarelou minha certidão de nascimento
E ainda por cima:
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais esperar
O Corinthians ganhar o campeonato
E trabalhar feito um cão pra pagar multas, impostos,
Pedágios pra poder engordar os crapus
Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais noticias de
Corrupção, violencia que não param de aumentar
E pensar que a poluição contaminou até as
Lágrimas e eu não consigo mais chorar
E ainda por cima:
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Eu só quero ter você comigo e mandar
O resto tudo pros diabos
Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Eu só quero teu amor aqui comigo e mandar
O resto tudo pros diabos
Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Tá tudo errado, tudo errado
Tá tudo errado, tudo errado
Tudo Errado

Cotidiano

Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.
Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.
Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher.
Diz que está me esperando pr'o jantar
E me beija com a boca de café.
Todo dia eu só penso em poder parar;
Meio-dia eu só penso em dizer não,
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão.
Seis da tarde, como era de se esperar,
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão.
Toda noite ela diz pr'eu não me afastar;
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor.
Todo dia ela faz tudo sempre igual:
Me sacode às seis horas da manhã,
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã.




************************************************************************************************************************************************************************************************************************

Queridos(as) Colegas Cursistas, Tutora Patrícia e Visitantes de nosso blog:

 É com um imenso prazer que apresentamos as Situações de Aprendizagem desenvolvidas por nosso grupo.  Temos uma enorme satisfação de tê-los(as) como visitantes e apreciadores(as) de nosso trabalho, bem como estamos esperando seus comentários sobre o que acharam do blog e das atividades nele postadas.
Este blog foi desenvolvido por amadoras, porém com muito carinho e dedicação, dedicação esta que não falta a todos(as)  nós, educadores(as), que sempre estamos buscando inovar para favorecer nosso aluno e oferecer sempre uma aula de qualidade, superando-nos a cada dia.
Um enorme abraço a todos(as)!